quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mais de 17 mil pessoas deixam suas casas pela chuva em SC

09 de setembro de 2009 • 16h20 • atualizado às 16h20


Novos dados da Defesa Civil, publicados nesta quarta-feira, indicam que crescem as consequências para a população de municípios do Estado de Santa Catarina atingidos pelo temporal dos últimos dias. Os ventos, que durante o fenômeno chegaram a 200Km/h, fizeram 15.729 moradores buscar refúgio na casa de amigos ou parentes, enquanto mais de 1.300 ficaram desabrigados e foram encaminhados a abrigos das prefeituras locais. Até agora, foram registrados pelo órgão 165 feridos e quatro mortes. O total de pessoas afetadas pelas chuvas e vendavais é de 79.221.

A Defesa Civil informou também que dos 55 municípios catarinenses atingidos, 23 declararam estado de emergência. O município de Guaraciaba, no extremo oeste do Estado, que teve o cenário mais grave de destruição devido à passagem de um tornado, declarou estado de calamidade pública.

A compra de lonas plásticas, telhas e colchões foi autorizada para atender às vítimas. Além disso, o apoio da Secretaria Nacional da Defesa, com o fornecimento de cestas básicas, e da Polícia Militar (PM), com o envio de remédios, tenta minimizar os danos causados à vida dos habitantes da região.

Pane e chuva causam atrasos no aeroporto de Florianópolis

08 de setembro de 2009 • 16h59 • atualizado às 18h25


Fabrício Escandiuzzi

Direto de Florianópolis


Uma aeronave que seguia de Curitiba para o Aeroporto Internacional de Guarulhos sofreu uma pane logo após a decolagem e precisou pousar em Florianópolis na manhã desta terça-feira. De acordo com as informações prestadas pela própria companhia, um problema mecânico fez com que o voo Gol 1841, que tinha chegada prevista no aeroporto paulista para as 9h05, precisasse alterar sua rota para o Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Parte dos passageiros foi encaminhada a hotéis e outros aguardam para embarcar por volta das 19h.

"Quando aterrissamos, fomos informados para permanecermos no avião, pois uma falha deveria ser corrigida", contou a passageira Heidi Vargas. "Mas estamos até agora aqui e com poucas informações."

Além do problema com a aeronave, o mau tempo causou atrasos e cancelamentos de voos que tinham como destino a cidade de São Paulo e a região oeste de Santa Catarina. O voo Gol 1295, com saída prevista para as 8h50 para Congonhas, deixou Florianópolis com cinco horas de atraso. O TAM 3102 só decolou para São Paulo às 13h20, três horas após o previsto. Três partidas foram canceladas, segundo os dados da Infraero.

O empresário Divaldir Dalla, que deixou a cidade de Ribeirão Pires (SP) e foi a Santa Catarina de bicicleta, havia sido informado que seu retorno a São Paulo poderia atrasar. "Avisaram que o atraso mínimo é de uma hora", disse ele, ainda assustado com o temporal da madrugada. "Ficamos sem luz no hotel por várias horas e o barulho da água foi assustador."

A situação também ficou ruim para quem pretendia viajar para Chapecó, no oeste de Santa Catarina, região mais afetada por um forte temporal durante a madrugada. Os dois voos com destino à cidade, da Gol e da Ocean Air, não têm previsão de decolagem. No terminal, a informação é para que os passageiros procurem as companhias áreas

Chuvas em SC podem ser um dos sinais do El Niño

09 de setembro de 2009 • 11h49 • atualizado às 12h11
Em São Miguel, um portão foi arrancado por causa do vento
Em São Miguel, um portão foi arrancado por causa do vento
08 de setembro de 2009
Divulgação


Fabrício Escandiuzzi

Direto de Florianópolis


As chuvas e os ventos de 200 km/h que deixaram quatro mortos e trouxeram prejuízos a 42 cidades em Santa Catarina podem ser um dos primeiros sinais da atuação do fenômeno El Niño na temporada. De acordo com a meteorologista Francine Gomes, do Centro de Informações de Recursos Ambientais do estado (CIRAM), este é um primeiro sinal de que o sistema está atuando. "O sistema atua com intensidade na primavera e estamos com dias bem caracterizados dessa estação, apesar de ainda estarmos no inverno", disse.

A presença do El Niño em 2009 motivou um estudo do Ciram, devido ao histórico de consequências climáticas desastrosas relacionadas à sua presença em anos anteriores. As duas maiores enchentes da história de Santa Catarina ocorreram em anos em que o sistema atuou de forma intensa no sul do Brasil: 1911 e 1938. "Entretanto, em anos que o fenômeno ocorreu de forma moderada também enfrentamos problemas com as cheias", alerta.

Pelo estudo divulgado pelo órgão catarinense, desde o mês de maio último a temperatura de superfície do mar (TSM) do oceano Pacífico vem apresentando aquecimento acima dos valores habituais. Desde então, com o aumento gradativo da temperatura, o El Niño está configurado.

Os meteorologistas do Ciram afirmam que estão acompanhando o desenvolvimento do sistema, que tem como principal característica causar chuvas acima da média, principalmente entre os meses de outubro e novembro. A região oeste de Santa Catarina, justamente a mais afetada pelo temporal desta segunda-feira, registra chuva acima da média durante as atuações do El Niño. "O último El Niño de intensidade moderada a forte ocorreu entre 2002 e 2003. Os eventos de 1997/1998 e de 1982/1983 foram considerados os mais fortes do século XX", afirma o estudo.

Pelo menos até a última análise dos meteorologistas, realizada em agosto, o El Niño presente este ano mesmo em sua fase inicial, se apresenta como uma sistema de "baixa intensidade", causando o aquecimento de um grau no oceano Pacífico. Mas a situação ainda pode se agravar. "A previsão é do fenômeno alcançar o auge de sua ocorrência no final de 2009 e início de 2010. Para fins comparativos, o forte El Niño de 1997/98, em agosto, estava com temperaturas em torno de 2°C acima da clima", completa o estudo do Ciram.

Especial para Terra

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